Realizamos recentemente um trabalho de afugentamento de fauna em uma área localizada na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, com trechos alagados. O afugentamento tem como objetivo o deslocamento natural e seguro de espécimes da fauna silvestre para área adjacente ao terreno no qual a cobertura vegetal sofrerá supressão.
Além disso, a marcação de ninhos ativos anteriormente à supressão das árvores tem o objetivo de garantir a chance de sobrevivência dos ovos e neonatos, uma vez que a árvore só será cortada após os ovos eclodirem e os filhotes abandonarem o ninho. A complexidade deste trabalho deu-se em função da área alagada, que necessita mais esforço de busca das equipes bem como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) especificos a este tipo de terreno.

O trabalho de afugentamento é realizado por biólogos que vão à campo verificando cada árvore e revirando possíveis microhabitats utilizados por animais como abrigo ou local para nidificação (construção de ninhos).
O objetivo de realizar o afugentamento próximo ao início da supressão é promover o deslocamento dos animais de forma gradual e segura, diminuindo a possibilidade de retorno destes para o local. As atividades de supressão envolvem muitos ruídos e tombamentos, desta forma é esperado que os espécimes encontrados não retornem para área.
O trabalho de afugentamento foi realizado por um biólogo acompanhado de auxiliares de campo e supervisionado por um engenheiro florestal, assim como as atividades de supressão de vegetação. As espécies localizadas foram rolinha-roxa (Columbina talpacoti), bico-de-lacre (Estrilda astrild), canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola),
curutié (Certhiaxis cinnamomeus), gavião-carijó (Rupornis magnirostris), rã-manteiga (Leptodactylus latrans) e capivara (Hydrochoerus hydrochaeris).