Assunto caro ao meio ambiente, conter a ameaça à Biodiversidade é um dos temas mais debatidos na atualidade. Mas, o que significa biodiversidade e quais são as principais ameaças à sua manutenção?
Se consultarmos o dicionário, encontraremos o significado de Biodiversidade: “bio” é vida e diversidade significa “variedade”. A biodiversidade, no entanto, possui três grandes níveis: genética, orgânica e ecológica. Trataremos aqui sobre esta última, a biodiversidade ecológica. Ela diz respeito à forma como diferentes espécies interagem entre si formando comunidades, que por sua vez irão interagir com o ambiente formando ecossistemas, que formarão paisagens, por fim dando origem aos biomas. A biodiversidade é um tema de interesse internacional e protegida pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), um tratado da Organização das Nações Unidas e um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente, assinado por mais de 160 países, entre eles o Brasil, em 1992.

O papel da biodiversidade e de serviços ecossistêmicos é indispensável para a sobrevivência inclusive da raça humana. Diz a CDB: “Conscientes de que a conservação e a utilização sustentável da diversidade biológica são de importância absoluta para atender as necessidades de alimentação, de saúde e de outra natureza da crescente população mundial, para o que são essenciais o acesso e a repartição de recursos genéticos e tecnologia”.
Feita a introdução, vamos nos ater à uma medida de preservação da Mata Atlântica, um dos seis biomas existentes no Brasil – que conta ainda com o Cerrado, a Caatinga, os Pampas, o Pantanal e a Amazônia. A Mata Atlântica é conhecida por possuir a maior biodiversidade entre todos os biomas brasileiros, inclusive maior do que a da Amazônia. Das espécies que populam esse bioma, quase 40% dos mamíferos são endêmicos (existem apenas naquele ambiente), entre eles o mico-leão-dourado e a onça-pintada. Da flora, 55% das espécies arbóreas e 40% das não-arbóreas são endêmicas, ou seja, só existem na Mata Atlântica. Das bromélias, 70% são endêmicas dessa formação vegetal, palmeiras, 64%. Estima-se que 8 mil espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica!
Por abranger a região costeira do Brasil esse bioma foi severamente afetado pelo desenvolvimento urbano e pela agricultura ao longo dos séculos. Os números apontam para uma preservação de pouco mais de 10% da cobertura original da Mata Atlântica no Brasil. Atualmente existem Leis nas esferas municipal, estadual e federal que protegem a Mata Atlântica através de medidas que obrigam, entre outras ações, a compensação sobre o desmatamento por meio de plantio de mudas nativas. Felizmente, segundo recente levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica, divulgado durante o evento Viva a Mata 2015, realizado em maio, no Rio de Janeiro, o Estado apresentou um crescimento do índice de recuperação de Mata Atlântica nas últimas décadas e, hoje, teria atingido 30% da cobertura original. Boa notícia!

Preservar a Mata Atlântica é preservar a biodiversidade brasileira. Nesse sentido, precisamos trazer à discussão um tema polêmico que, depois do desmatamento, é o maior causador de perda de biodiversidade brasileira: as espécies exóticas invasoras.
Exótico é tudo aquilo que vem de fora. Diz-se exótico todo animal ou planta procedente de outro país. Apesar de parecer-nos algo bom, por denotar excentricidade, espécies exóticas invasoras causam enormes danos à biodiversidade.
Define o Ministério do Meio Ambiente acerca do tema: “Espécies Exóticas Invasoras são organismos que, introduzidos fora da sua área de distribuição natural, ameaçam ecossistemas, habitats ou outras espécies. São consideradas a segunda maior causa de extinção de espécies no planeta, afetando diretamente a biodiversidade, a economia e a saúde humana.”
A CDB, como não poderia deixar de ser, trata da questão das exóticas, assunto sobre o qual o Brasil e todos os demais países signatários se comprometeram. No tratado, está explícito como uma das metas “Impedir que se introduzam, controlar ou erradicar espécies exóticas que ameacem os ecossistemas, habitats ou espécies”.
No que diz respeito à flora, são espécies exóticas invasoras, por exemplo, as amendoeiras-da-praia (Terminalia catappa L.) e as jaqueiras (Artocarpus heterophyllus). Mas por que elas causam mal? Durante a colonização e ao longo de séculos, foram introduzidas às toneladas no Brasil espécies exóticas de fauna e flora. A aparição dessas espécies produziu um desequilíbrio na dinâmica dos biomas brasileiros, inserindo organismos estranhos aos ecossistemas nacionais que disputaram, e ainda disputam com as espécies nativas sua perpetuação e desenvolvimento, além de trazerem pragas e doenças inexistentes em nossos biomas antes dessa introdução.

Para a preservação da Mata Atlântica, além de conter o desmatamento, é essencial que sejam removidas, gradualmente, as espécies exóticas vegetais. Essa remoção é importante e já faz parte da política ambiental do município, que busca se beneficiar do inevitável desmatamento de algumas áreas destinadas à construção civil para, em reposição às árvores cortadas, plantar exemplares nativos de Mata Atlântica. A Biovert, entre outros serviços, é contratada por empresas para executar esse trabalho por meio de plantios em áreas públicas, parques e áreas de preservação permanente.
A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) determina o compromisso com a biodiversidade e com o manejo das espécies exóticas invasoras, mas isso não torna menos desconfortável o tema, que causa indignação na sociedade. Afinal, cortar árvores não parece nem de longe uma atitude em prol do meio ambiente. É preciso, no entanto, mais do que nunca, ter acesso à informação, única saída para que se possam compreender as medidas ambientais necessárias. Para que se tenha dimensão, a cada árvore exótica cortada, no mínimo uma árvore nativa é plantada na cidade.
É certo que não podemos comparar a troca de uma árvore adulta por árvores de 1,5m sem parecer uma concorrência desleal, mas não é. A engenheira florestal Polyana Mendes, da equipe Biovert, explica: “Quando uma árvore está em fase de crescimento ela está capturando carbono da atmosfera em volume ainda maior do que um indivíduo vegetal adulto, contribuindo assim para a redução do efeito estufa e para a atenuação das mudanças climáticas”. Precisamos entender que o trabalho com o meio ambiente é de médio/longo prazo, que deve começar hoje para beneficiar as próximas gerações. Em 10, 15 anos, as novas árvores, escolhidas de acordo com critérios técnicos definidos por engenheiros florestais, engenheiros agrônomos, engenheiros ambientais e biólogos serão capazes de recuperar áreas anteriormente degradadas, refazendo a cobertura vegetal nativa e atraindo, por conseguinte, a fauna que necessita dessas árvores para se desenvolver, como pássaros, anfíbios e mamíferos endêmicos da Mata Atlântica, além de contribuir para o controle das mudanças climáticas. Esse trabalho é essencial para cuidar da Biodiversidade.
A Biovert realiza projetos de recuperação de vegetação nativa da Mata Atlântica. Somos responsáveis por trabalhos de benefício inequívoco para o meio ambiente e que podem ser acompanhados por todos os cariocas, tais como o reflorestamento do Parque Estadual do Grajaú, a recuperação da vegetação de restinga das praias de Ipanema, Leblon, Barra, entre outros projetos que você pode conferir aqui.
Há inúmeros profissionais trabalhando na sua cidade para melhorar o meio ambiente. Acredite!